quarta-feira, 25 de março de 2009

“SEJA DIFERENTE. NÃO CONDUZA. PEDALE!”

A Câmara Municipal de Aveiro deu início à Campanha “Seja Diferente. Não Conduza, Pedale!” que pretende sensibilizar os aveirenses para o uso da bicicleta no seu quotidiano.
Lançada no âmbito do projecto Life Cycle, a campanha que se realiza através de cartazes espalhados pelos mupis espalhados pelo Concelho, tem como principal objectivo potenciar o uso da bicicleta como modo saudável de mobilidade nas deslocações tipificadas: casa-escola, casa-trabalho ou ocasionais.
De realçar que a mobilidade, a preservação do ambiente e da qualidade de vida no Concelho e a prevenção de doenças constituem a missão e princípio base desta Campanha.


Simultaneamente, a Autarquia lançou o desafio aos seus colaboradores “De Selim para o Trabalho” que irá contar com a participação de mais de 50 funcionários que vão deslocar-se através de uso de bicicleta própria ou com recurso à BUGA.
Importa ainda salientar que esta iniciativa piloto, para além do exemplo de cidadania, servirá para testar o impacto e a importância de se criarem, no futuro, sistemas de “Park & Ride” e de percursos cicláveis identificados, mas coabitáveis com o trânsito automóvel.

terça-feira, 24 de março de 2009

Seminário Saúde e Bicicleta

No dia 7 de Abril de 2009 (Dia Mundial da Saúde) a Câmara Municipal de Aveiro, no âmbito do Projecto Life Cycle: a Bicicleta é Vida!, vai promover um Seminário subordinado à temática da Saúde e Actividade Física como modo saudável de mobilidade, com o recurso à Bicicleta.
Este evento tem, principalmente, como destinatários os Profissionais das Áreas da Saúde, Motricidade, Psicologia, Ensino e Educação, Acção Social, Desporto, bem como Estudantes Universitários.
Inscrições até 6 de Abril, via lifecycle@cm-aveiro.pt
(aceda ao programa clicando na imagem)

sábado, 7 de março de 2009

Projecto Life Cycle - Câmara Municipal

Via e-mail da mailinglist do blog "Amigos da Avenida".

Caros tertulianos
Quero expressar o meu apoio a esta iniciativa da C M de Aveiro, que pode ser um contributo para a reflexão e alteração de crenças, atitudes e comportamentos dos cidadãos relativamente às suas formas de mobilidade quotidiana e à natureza das opções dos seus estilos de vida mais ou menos activos. Se Portugal continua nas últimas posições na vinculação à prática desportiva por parte da sua população, com apenas 23% a associar tais práticas ao seu quotidiano (Eurobarómetro, 2004, Marivoet, 2005), iniciativas como esta permitem reflectir sobre contextos locais e regionais, clarificando as hipóteses de novas propostas e alternativas da realidade. Ainda segundo Marivoet (2005), os índices de participação desportiva em Portugal, as assimetrias relativas ao género tendem a atenuar-se nos países do Norte da Europa e a acentuarem-se nos países do Sul. Salienta Marivoet que, apesar da proximidade da realidade portuguesa com a espanhola e italiana, as portuguesas encontram-se ainda mais ausentes da prática desportiva (14%) e contrariamente a estes países, revelam um decréscimo da sua participação em dois pontos percentuais entre as duas últimas décadas (Marivoet, 2005). Em síntese, para a autora as mulheres em Portugal apresentam diferentes experiências e oportunidades relativamente aos homens, que ainda se agravam mais quando se equaciona a sua participação ao nível do desporto de competição (1%). Desconheço estudos credíveis sobre a realidade de Aveiro e sua região, mas quero acreditar que são iniciativas como estas que de forma sustentada poderão promover as alterações de hábitos quotidianos e fomentar a diversos níveis uma prática da actividade física e desportiva, factor integrante da qualidade de vida. Se segundo alguns, a bicicleta está hoje moda, pois que aproveitamos essa moda para tornar a vida de todos mais activa, a começar pelas crianças nas suas acções de mobilidade diária (Ex: Projecto de investigação-acção numa turma do 3º ano da EB1 do Sol Posto - Agrupamento de Escolas de S. Bernardo). O Projecto Bugas ao tornar-se um símbolo nacional da cidade de Aveiro, exige continuidade, aprofundamento e desenvolvimentos que não parecem ter ocorrido. Se fica sempre bem uma fotografia de um passeio de buga junto à Ponte Praça, importa objectivamente encontrar as soluções de desenvolvimento sustentado, que liguem o projecto inicial aos novos desafios da mobilidade urbana, aliada ao fomento de estilos de vida mais activos. Tudo isto porque sem crianças e jovens activos desde a infância não podemos pretender ter praticantes desportivos. Sem contextos urbanos e não urbanos, susceptíveis de estimular a acção, o desejo de se movimentar, dificilmente poderemos exigir adeptos da prática desportiva do Ciclismo, do BTT, do Futebol, do Basquetebol, etc. A investigação a nível de estudos longitudinais (Trudeau, et al. 2004) tem evidenciado que a natureza das vivências de actividade física e desportiva durante a infância - Educação Física, prática desportiva, vivências desportivas informais - condicionam as opções de estilo de vida quando adulto. Neste sentido, uma comunidade que se preocupa com a natureza da mobilidade dos seus cidadãos associando-a à utilização da bicicleta numa lógica de promoção da actividade física, está objectivamente a pensar no futuro e na saúde das pessoas.

Aproveito para os convidar a visitar o blog
http://bloguejudeu.blogspot.com/ onde alguns judeus (cagaréus e/ou ceboleiros de 2ª a 6ª feira) escrevem também sobre estes temas.
Cordialmente
Rui Neves

segunda-feira, 2 de março de 2009

Pista Ciclável. Sim ou Não?!

Encorajar o uso da Bicicleta em percursos cicláveis: que opções?
Mário J. Alves (Maio 2005)

Nos próximos anos iremos assistir à entusiasmada implementação de infra-estruturas cicláveis em Portugal. Da observação dos poucos exemplos que existem entre nós, poderemos estar a caminhar na direcção errada, contrariando as experiências acumuladas noutros países com longa tradição no uso da bicicleta e conhecimento técnico de como aumentar a segurança dos ciclistas. Em geral, em Portugal tem-se optado pela segregação do ciclista tentando cortar a sua relação com o resto do tráfego, esquartejando o espaço público e caindo na "armadilha" de formas de desenhar a cidade já há muito postas em causa. Apesar da Pista Ciclável ser a solução mais frequente em Portugal, nos últimos anos tem havido crescente preocupação sobre a segurança deste tipo de soluções nos cruzamentos. Ao segregar os ciclistas poderemos estar a contribuir para a perda da já reduzida cidadania que lhes confere o actual Código da Estrada, quando deveríamos contribuir todos para que esta fosse ampliada. Complicando quando se devia simplificar, apesar de bem intencionadas, estas soluções poderão ser contraproducentes com a apropriação de passeios por espaços sub utilizados, perigosas para o próprio ciclista e extremamente penalizadoras para a utilização do espaço público. A solução poderá passar por considerar em primeiro lugar a adopção de politicas e medidas de carácter holístico que facilitem a integração da bicicleta com o resto do tráfego. O desenho urbano deverá ser inclusivo e universal. Na maior parte dos casos em zonas urbanas, só depois de considerar a possibilidade de adopção de soluções integradoras deveremos optar pela segregação dos ciclistas.